Universal do Reino de Deus e Pentecostal Deus é Amor: movimentos destrutivos?
As seitas do mal, segundo o pesquisador Michael Green, geralmente são
fundadas por uma única pessoa que retém todo o poder na organização.
Entre as principais características do líder de uma seita, segundo
Green, destacam-se o carisma, o magnetismo pessoal e o entusiasmo pela
causa que defende ou “produto” que vende. Dono de uma habilidade que faz
com que as pessoas o sigam sem questionamentos, o líder comanda seus
fieis como seus devotos. Praticamente endeusado, ele se torna o
comandante supremo e a sua vontade deve ser obedecida.
Outras características destacadas por Green e demais pesquisadores de
movimentos destrutivos, como Rick A. Ross, são o extremo centralismo
administrativo, isolamento psicológico e social de adeptos, mentalidade
preto-e-branco, uso de profecias como forma de controle e manipulação
etc. Tais características e outras mais podem ser identificadas em
igrejas evangélicas? Até que ponto denominações como a Universal do
Reino de Deus e a Pentecostal Deus é Amor podem ser consideradas
“movimentos destrutivos” e/ou que possuem elementos "destrutivos" em sua
estrutura doutrinária? Há quem afirme que sim, com base em uma série de
discursos e publicações das referidas instituições religiosas.
Uma das primeiras relações com movimentos destrutivos – e que não ocorre
apenas na IURD e IPDA – é o extremo centralismo administrativo e o
desenvolvimento de um messianismo moderno, em que as figuras de Edir
Macedo e David Miranda são seguidas e respeitadas por seus adeptos. Tal
sujeição faz com que, mesmo diante de denúncias e polêmicas envolvendo
seus líderes máximos, os adeptos continuem a segui-los e a defendê-los.
Embora com mais frequência na IURD, na IPDA temos algo semelhante.
Apesar de não se enquadrar na categoria neopentecostal, a Deus é Amor é a
que mais se aproxima da Igreja Universal. David Miranda, fundador e
atual presidente mundial da IPDA, conduz a igreja como sua "propriedade
particular", interferindo na maneira de pensar e agir de seus adeptos.
A centralização do poder nas mãos da família Miranda e o rígido controle
dos membros e patrimônios da IPDA seria, pelo menos internamente,
indícios de manipulação? A imposição de normas de conduta e
relacionamento (a IPDA proíbe que os seguidores mantenham contato com
ex-membros), às mortificações carnais (devem praticar horas seguidas de
jejum e oração), e a exigência de que o dízimo seja entregue com
pontualidade às filiais (sob pena de não participação na ceia) também
seriam indícios de programação? Nos movimentos destrutivos, segundo
Michael Green, a programação é a forma pela a qual os líderes preparam
seus adeptos para que estes se dediquem fielmente aos programas e
doutrinas da instituição religiosa. Na programação, a personalidade e a
mentalidade dos adeptos devem ser destruídas como forma de submissão. A
vida dos adeptos – e suas economias – deve ser dedicada à nova fé.
Manipulação
As pessoas que recorrem aos templos da IURD são submetidas a intensas
técnicas de manipulação psicológica. Segundo uma ex-fiel da Igreja
Universal (citada na matéria “Ciência dos transes”, Época, 28/4/2003),
os bispos e seus auxiliares são instruídos de que maneira devem conduzir
os exorcismos. “Quando a pessoa está tonta, fica mais aberta para
manifestar os demônios”, diz a obreira Aparecida Santos, ex-fiel da
Igreja Universal, atualmente na Igreja Internacional da Graça de Deus.
Ela costuma pôr a mão na cabeça dos fieis e fazê-la rodar. Outro recurso
que funciona é tocar músicas altas no teclado, com acordes bem
tenebrosos. “Porque o demônio não gosta de silêncio”, explica a obreira.
Aparecida aprendeu as técnicas do exorcismo na Universal, onde passou
cinco anos como auxiliar de pastores”.
Realizado pela primeira vez em 28 de março de 2011, o “Jejum de Daniel”
(período de 21 dias em que os fieis devem se concentrar nos discursos da
igreja e se isolar do mundo, sendo proibidos de ter acesso a qualquer
tipo de informação, seja por meio de jornais, sites, rádio ou televisão)
é outro método utilizado pela IURD na tentativa de isolamento dos
fieis. No site IURD.pt encontramos a seguinte afirmação. “O jejum, para
muitos, indica apenas o abster-se da bebida e da comida, e esse é o
jejum normal. Já o santo jejum não está relacionado só com isso. E o que
é que o/a impede de estar em espírito? Por exemplo, ler livros ou
revistas que não falem de Deus, ouvir músicas ou notícias que não falem
de Deus, ou seja, que não o/a conectem a Ele e não alimentem o seu
espírito. Iremos fazer um jejum que inclui não assistir televisão, não
usar a Internet, não ler revistas e livros, etc. Vamos orar três vezes
por dia, de manhã, à tarde e à noite, e você vai fazê-lo e vai-se
santificar, fortalecer e investir no seu espírito, para que seja cheia
d’Ele”.
Restringir o acesso à informação é uma prática comum aos movimentos
destrutivos, sendo usada como parte da programação do novo adepto. Além
das restrições impostas durante o “Jejum de Daniel”, há informações de
que os membros da IURD são orientados a assistirem apenas a Rede Record
de televisão, de propriedade da Igreja. As críticas a Igreja Mundial do Poder de Deus e a produção de uma reportagem sobre
os 35 anos de história da Igreja Universal, veiculadas em órgãos de
comunicação ligados à IURD, também são vistas como mecanismos de
manipulação e domínio do mercado religioso. Na IPDA, a televisão é tida
como a “imagem da besta”, e tema proibido entre os membros. Apenas
recentemente a Internet foi liberada para a membrasia, embora com certas
restrições. Apesar da liberação, em recente discurso na sede mundial,
David Miranda se referiu as redes sociais Twitter e Facebook como “ferramentas do diabo".
Profecias
Em artigos e livros publicados por Edir Macedo e bispos da IURD, a
presença de profecias bíblicas referentes ao fim do mundo são temas
recorrentes. Além de uma série e agora volume único, o livro Estudo do
Apocalipse, de Edir Macedo, explora ao máximo a temática. Em seu blog, o
fundador da IURD também publica, como certa frequência, temas ligados
ao Apocalipse. Em recente artigo publicado na Arca Universal (site
ligado à IURD), é dito que a atual geração poderá presenciar o fim do
mundo. Na IPDA, apesar de poucas referências ao fim do mundo, há uma
forte ênfase na “condenação eterna”.
O uso de temas apocalípticos é algo comum aos movimentos destrutivos,
como na Família Internacional, o Ramo Davidiano, o Templo dos Povos, e,
mais recentemente, no Ministério Internacional Creciendo en Gracia. Por
meio de tais profecias e referências, os líderes dos movimentos
destrutivos mantêm os adeptos sob controle, temerosos das possíveis
consequências do afastamento de sua fé.
Extensão
Outras denominações evangélicas – particularmente as pentecostais –
também podem ser enquadradas na identificação proposta por Green? É uma
questão controversa, porém de fácil compreensão e análise. À medida que
líderes evangélicos impõem restrições abusivas aos membros, exploração
de temas apocalípticos com finalidade de impor medo aos ouvintes, uso de
técnicas de manipulação psicológica etc. podem desencadear num
movimento destrutivo, com desdobramentos irremediáveis.
Olá , passei pela net encontrei o seu blog e o achei muito bom, li algumas coisas folhe-ei algumas postagens, gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns, e espero que continue se esforçando para sempre fazer o seu melhor, quando encontro bons blogs sempre fico mais um pouco meu nome é: António Batalha. Como sou um homem de Deus deixo-lhe a minha bênção. E que haja muita felicidade e saude em sua vida e em toda a sua casa.
ResponderExcluirPS. Se desejar seguir o meu blog,Peregrino E Servo, fique á vontade, eu vou retribuir.